Avaliação: Jeep Compass 4xe híbrido é tudo aquilo que promete?
A Jeep ainda está longe de se consolidar no universo dos automóveis eletrificados. Se na Europa ela acabou de lançar o compacto Avenger, 100% elétrico, por aqui ela oferece o Compass 4xe, com conjunto híbrido plug-in.
Com preço inicial de R$ 338.400, o único opcional do 4xe é o teto solar panorâmico, que acresce outros R$ 8.900. Não é barato, mas se serve de consolo, não há extra cobrado pelas quatro opções de cores (branco bicolor, preto, prata e azul).
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O preço assusta e faz do Compass 4xe mais caro que modelos 100% elétricos como o Chevrolet Bolt EV (R$ 330 mil) e o Peugeot e-2008 (R$ 256 mil). Uma das razões do preço salgado é o fato de vir importado da Itália, sem a mesma isenção de importação, como nos carros vindos do México.
Mas não justifica, afinal os elétricos norte-americano e francês também vêm dos Estados Unidos e Europa, sem os mesmos benefícios tributários. Mas fato é que a Jeep não faz esforço para vender o 4xe. Afinal ela produz o Compass por aqui e não tem muito sentido em se esforçar para vender um importado e roubar vendas dos modelos que produz em Goiana (PE). Assim, o modelo é mais caro que o irmão maior Commander, justamente para não criar concorrência interna.
Mas vale a pena apostar no Compass 4xe?
O Jeep Compass híbrido tem praticamente os mesmos conteúdos das versões mais caras do SUV, com motores a combustão. Seus itens são:
- Bancos revestidos em couro, com ventilação para motorista e passageiro
- Ajuste elétrico do banco para motorista
- Direção elétrica
- Quadro de instrumentos digital
- Climatização digital de duas zonas
- Multimídia Uconnect de 10,1 polegadas
- Sistema Adventure Intelligence Plus
- Assistente Alexa In Vehicle
- Android Auto sem fio
- Apple CarPlay sem fio
- Carregamento por indução
- Câmera 360°
- Partida sem chave
- Retrovisores elétricos com rebatimento
- Retrovisor interno fotocrômico
- Vidros elétricos
- Assistente de partida em rampa
- Monitor de ponto cego
- Acendimento automático dos faróis
- Faróis Full LED
- Lanternas em LED
- Ajuste automático do facho dos faróis
- Rodas de liga leve aro 19
Motores do Compass híbrido
O Compass 4xe combina o motor 1.3 turbo de 180 cv e 27,5 kgfm de torque com uma unidade elétrica de 60 cv e 25,5 kgfm. O motor movido a bateria foi instalado sobre o eixo traseiro, o que faz deste SUV um 4×4 sem a necessidade de eixo cardã e diferencial central. A potência combinada é de 240 cv e 49,9 kgfm de torque. A transmissão é automática de seis marchas.
Para alimentar o motor elétrico, a Jeep instalou uma bateria de 11,4 kWh. As células garantem autonomia de até 45 km, sem acionamento do motor a combustão. Basta ativar a função 100% elétrica.
Para recarregar as baterias, só é preciso conectar o carro a uma tomada 220V, um Wallbox ou eletroposto. O tempo de recarga varia de acordo com a fonte.
Fonte | potência | Tempo de espera |
---|---|---|
220V | 2 kW | 5h |
Wall box | 7,5 kW | 1h40 |
Eletroposto | 25 kW | 30 minutos |
Para uso urbano, a autonomia das baterias atende a demanda de quem precisa se deslocar para o trabalho, levar as crianças para a escola e voltar para casa no final do dia. Depois é deixar o carro dormir na tomada.
Mas não faz sentido gastar quase R$ 340 mil para se beneficiar da eletricidade e não investir num carregador doméstico. Os preços variam de R$ 5.500 a R$ 12 mil. Um acréscimo ínfimo diante do preço jipão.
Dá para regenerar parte da carga usando o motor a combustão como gerador e também aproveitando a energia cinética. No entanto, o ganho é muito pequeno, apenas para auxílio quando há necessidade de tração integral.
Mas como é o Compass 4xe na prática?
Testamos o Jeep Compass 4xe em duas condições: urbano e rodoviário. Na cidade, o SUV resolveu sua proposta de rodar sem soltar fumaça na atmosfera. Nesse modo, ele pode acelerar a até 130 km/h. Mas como rodamos em vias urbanas, não passamos dos 60 km/h, o que foi bom, pois quanto maior a velocidade constante, menor é autonomia.
Rodamos apenas no modo elétrico e depois de quarenta e poucos quilômetros a bateria se esgotou. Ou seja, poupamos R$ 20 de gasolina. Deu quase para chegar em casa, mas como não tínhamos uma tomada dando bobeira na garagem (e muito menos um Wallbox) ele se tornou um Compass 1.3 com lastro de baterias e um motor extra.
A segunda prova foi na estrada. Recarregamos as baterias e saímos de Belo Horizonte rumo ao litoral norte fluminense.
Para essa empreitada, acionamos o modo híbrido. Nossa média na rodovia girou na casa dos 14 km/l, com gasolina. O senão é que para comportar as baterias, o tanque foi reduzido de 60 litros para 36 litros.
Assim, mesmo com a ajuda do motor elétrico, a menor capacidade compromete a autonomia. A marca declara autonomia de 403 km. Ou seja, para ir para longe é preciso parar para abastecer mais vezes.
Modo 4×4 eletrificado
Como se trata de um veículo 4×4, o sistema reserva um pouco de energia para acionar a tração integral quando há demanda. Se a bateria estiver no fim, basta ativar o modo E-SAVE, para usar a unidade térmica como gerador.
A oferta de torque combinada entre os dois motores garante muita força para encarar terrenos de baixa aderência e acidentados.
Consumo de combustível
O Jeep Compass 4xe só pode ser abastecido com gasolina. Segundo o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV), seu consumo é:
Combustível | Urbano | Rodoviário |
---|---|---|
Gasolina | 11,5 km/l | 11,2 km/l |
Suspensão e freios do Compass 4xe
O Compass 4xe conta com suspensão independente nas quatro rodas. O acerto privilegia a capacidade off-road, que é algo que a marca leva a sério. Já os freios são a disco nas quatro rodas. O SUV conta com controles de tração e estabilidade, assim como assistente anticapotamento.
Veredito
O Jeep Compass 4xe é um híbrido interessante, conta com o sistema plug-in que falta ao Toyota Corolla Cross. A possibilidade de rodar apenas na eletricidade é uma vantagem no uso citadino. No entanto, o tanque de combustível reduzido e o preço elevado não fazem dele a melhor das escolhas, principalmente depois da chegada do Haval H6, que promete custar na mesma faixa de preço.
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