Teste: BMW Série 3 2023 muda pouco, já que em time que está ganhando não se mexe

Sedã recebe atualizações estéticas e tela gigante na cabine para se manter na liderança entre os premium Quando o assunto é sedã premium, ninguém bate o BMW Série 3: até setembro deste ano, foram vendidas mais de 3.500 unidades no Brasil, número bem superior a concorrentes tradicionais como o Mercedes-Benz Classe C, que registrou pouco menos de 700 emplacamentos no período. Não é para menos, já que suas qualidades o colocaram como vencedor do "Qual Comprar", da Autoesporte, na categoria de sedãs premium por quatro anos consecutivos, desde o lançamento da atual geração, em 2018, até este ano. BMW Série 3 2023 traz mudanças discretas no visual, como novos para-choques Divulgação Agora o Série 3 chega às lojas com visual renovado, marcado por mudanças sutis no exterior e uma grande novidade no interior: a tela dupla que unifica painel de instrumentos e central multimídia, a mesma usada no SUV elétrico ultratecnológico iX. E já com carteira de identidade brasileira. É isso mesmo, pouco mais de um mês após estrear nas concessionárias europeias, o modelo já inicia sua jornada por aqui com produção nacional na fábrica da BMW em Araquari (SC). Veja também Mas vamos ao que interessa: afinal, o que mudou no novo Série 3? Por fora, o sedã recebeu apenas alguns retoques para deixá-lo mais elegante. Os faróis foram redesenhados e perderam o pequeno recorte na parte de baixo. O para-choque dianteiro também foi reestilizado e traz uma entrada de ar maior no centro e fendas mais discretas e angulosas nas laterais. Atrás, o para-choque é novo e as lanternas têm arranjos de luzes diferentes quando comparado ao anterior. Mas se houve um certo comedimento nas novidades externas, por dentro a coisa muda de figura. O Série 3 passa a exibir a mesma tela do iX, que domina quase dois terços da extensão do painel. Tela curvada unifica painel de instrumentos e central multimídia Divulgação Ou seja, estamos falando de uma única (e enorme) tela curvada que é utilizada, separadamente, como painel de instrumentos digital configurável de 12,3 polegadas e central multimídia de 14,9”. Entre as funções que o motorista vai encontrar no veículo está o sistema BMW ConnectedDrive, com serviços como chamada de emergência, aviso de manutenção por telemetria, navegação com informação de trânsito em tempo real, Concierge 24h, portais de notícias, clima e aplicativos, além de serviços remotos como trancar e destrancar as portas, buzinar, localizar o veículo e enviar destinos direto ao sistema de navegação. Há ainda conectividade para Apple CarPlay e Android Auto e carregador de celular por indução. Para-choque foi trocado e faróis têm novo desenho, sem o recorte do anterior Divulgação Outros destaques da lista de equipamentos são faróis full-LED adaptativos, assistente, ar-condicionado digital automático de três zonas, sistema de condução inteligente e assistente pessoal ativado por comando de voz ou por gestos. São poucos os modelos que conseguem aliar tão bem conforto e esportividade quanto o Série 3. Está certo que a BMW resolveu não mexer no trem de força do veículo, composto pelo honesto 2.0 biturbo de 184 cv e 30,6 kgfm e câmbio automático de oito marchas, com tração traseira. Mas o sedã é gostoso de dirigir no trânsito diário, tem bom espaço interno e vai bem nas saídas de semáforos e ultrapassagens. Seletor de marchas também recebeu leve mudança na linha 2023 Divulgação Seu temperamento se revela menos dócil ao pegar uma estrada. Talvez os 258 cv e 40,8 kgfm da extinta versão 330i fossem mais condizentes com a proposta do carro, mas o preço, que já não é dos mais convidativos, iria às alturas… Não é que o atual conjunto decepcione - ele vai bem, mas não demonstra nenhum brilhantismo no desempenho, com aceleração de 0 a 100 km/h cumprida em 7,9 segundos em nossa pista de testes. Porém, é um carro “na mão”, que transmite confiança nas curvas em alta velocidade graças ao ótimo ajuste de suspensão. Se a prioridade na cidade é o conforto, na estrada faz com que o sedã grude no asfalto e desenhe a pista com muito equilíbrio e agilidade. Ao mesmo tempo em linhas retas, principalmente se o asfalto estiver mais detonado, você sente pequenos “pulinhos” ao acelerar, algo que acaba incomodando em trechos longos. Acabamento da cabine é impecável, com materiais de muita qualidade Divulgação Por isso o Série 3 transita bem nos dois mundos: o de quem quer um modelo de luxo, com acabamento impecável e todo o status que ter um BMW na garagem proporciona, mas sem deixar de agradar aqueles que procuram por um esportivo que ofereça liberdade e segurança na hora de acelerar mais forte, invocando os deuses da competentíssima engenharia alemã. São três versões fabricadas no Brasil: 320i GP, que parte de R$ 307.950, 320i Sport GP, de R$ 327.950, e 320i M Sport, por R$ 347.950. O preço pode fazer os olhos arregalarem, afinal a disparada dos preços de carros zero km foi intensa nos últimos anos (há cerca de três anos o Série 3 de entrada transitava na faixa dos R$ 200 mil). Mas a concorrência vai na mesma passada, então o reizinho da BMW acaba sendo a melhor opção quando se pensa em custo-benefício nessa categoria. Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? 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