Passeio off-road mostra que tamanho do Suzuki Jimny Sierra não é documento


SUV é um dos menores carros à venda no Brasil, mas comprimento é inversamente proporcional à aptidão em terrenos difíceis Nem o frio de 4 graus e a falta de Sol logo pela manhã espantaram uma centena de donos de carros da Suzuki de chegarem ao ponto de encontro do Suzuki Day, passeio off-road destinado aos proprietários dos veículos da marca japonesa. Veja também Pouco antes das 9h, já com o tempo um pouco mais ameno, eram dezenas de Jimny, Jimny Sierra, Vitara, Grand Vitara, SX4 e S-Cross das mais variadas cores, versões e anos reunidos para receber as instruções sobre o passeio que começaria minutos depois. Entre eles, um Jimny Sierra 4Style verde-escuro, cedido pela fabricante para que Autoesporte participasse da trilha. Autoesporte participou do Suzuki Day com um Jimny Sierra verde (já sujo no momento da foto) Divulgação Dos trajetos disponíveis, “Numa Boa” e “Numa Adrena”, escolhemos o segundo, mais complexo e desafiador, do qual apenas donos de Jimny, Grand Vitara e dos clássicos Sidekick e Samurai podiam participar, já que o nível de dificuldade é um pouco maior. Desavisados podem achar que o Jimny, com seu design “fofinho”, cheio de linhas quadradas e porte diminuto — ele é um dos menores carros novos no Brasil —, não consegue encarar desafios como atoleiros, erosões ou pedras no caminho. Mais adiante você vai descobrir que ele é bem mais valente. Pedra Selada (ao fundo) é o ponto mais alto de Visconde de Mauá, 1.700 m acima do nível do mar Divulgação Se aparência e tamanho são inversamente proporcionais à capacidade off-road, a etiqueta de preço também não deve ser calculada usando uma trena. O Jimny Sierra 4Style idêntico ao avaliado custa R$ 180.990, mais que os R$ 171.990 pedidos pela Jeep por um Renegade 4x4. Aliás, sempre que alguma unidade do SUV produzido em Goiana (PE) cruzava o caminho, era alvo de brincadeiras feitas pelos rádios deixados a bordo de cada um dos Jimny por causa de sua suposta falta de aptidão off-road. Mas as rivalidades não são tema desta reportagem. Suzuki Day atravessa belas paisagens e explora as funcionalidades dos veículos Divulgação O Suzuki Day é um programa de passeios organizado pela própria fabricante japonesa. A etapa de Visconde de Mauá foi a segunda da temporada 2022. Em dois dias foram reunidos, no total, quase 200 veículos. No percurso “Numa Adrena”, cerca de 30 carros rodaram aproximadamente 110 km por rodovias estaduais, estradas vicinais e, claro, vias não pavimentadas e com alguns desafios de nível médio. É preciso considerar que, apesar de as duas gerações do Jimny serem capazes de enfrentar obstáculos muito mais extremos, há quem faça o trajeto com o Grand Vitara, um pouco menos apto. Assim, os maiores desafios do percurso foram um atoleiro e trechos com erosões e pedras, ambos facilmente vencidos por todos com o auxílio dos instrutores e a utilização da tração 4x4. A reduzida foi usada em uma pequena parte do caminho. O acionamento do recurso é feito da forma mais intuitiva possível, por meio de uma alavanca secundária posicionada logo atrás do seletor de marchas do câmbio. A segunda etapa do Suzuki Day aconteceu entre os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais Autoesporte Antes de partir, todos os participantes receberam uma caixa com lanches e um kit de adesivos para paramentar os veículos. O comboio deixou a base, localizada nas redondezas da vila de Visconde de Mauá, e seguiu na direção nordeste beirando o Rio Preto, que marca a divisa entre os estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. Alguns quilômetros depois, após cruzar para o lado mineiro, o grupo de carros seguiu rumo ao norte até a cidade de Bocaina de Minas, sempre tendo ao fundo belíssimas paisagens marcadas por montanhas e vegetação vasta. Durante as etapas do Suzuki Day, donos de carros da marca confraternizam e trocam experiências sobre seus veículos Divulgação A parada para descanso e ida ao banheiro foi na Cachoeira da Estiva, 50 km distante do ponto de partida. Dali em diante, mais um trecho cheio de pedras até um mirante com vista panorâmica para a cadeia montanhosa do interior de Minas Gerais. Após parada para fotos e contemplação da natureza, o comboio se colocou novamente em movimento rumo ao ponto final. Na chegada, já depois das 16h e com a temperatura começando a cair outra vez, uma deliciosa feijoada aguardava os participantes para mais um momento de confraternização. Pausa para foto durante o Suzuki Day Divulgação Voltando ao Jimny Sierra, essa geração marca um gigantesco salto evolutivo em comparação com a versão anterior, que deixou de ser produzida no Brasil no final do ano passado. O aprimoramento começa pelo motor. No lugar do 1.3 de 85 cv desenvolvido no início dos anos 2000, o Jimny Sierra usa uma unidade 1.5 mais moderna, lançada em 2018. São 108 cv e 14,1 kgfm. Os números podem não surpreender, mas é preciso considerar que o pequeno SUV pesa apenas 1.095 kg. Uma novidade da geração mais recente é a possibilidade de ter câmbio automático. A caixa de quatro marchas é fabricada pela japonesa Aisin. No uso urbano, o conjunto mostra entrosamento, com trocas suaves e desempenho satisfatório. O silêncio do motor em marcha lenta é um destaque positivo. A situação muda quando o Jimny entra na estrada: é notória a falta de uma quinta marcha. Como a relação é curta para suprir o uso urbano, no ciclo rodoviário a caixa do pequeno Suzuki acaba selecionando a quarta perto dos 80 km/h. Dali em diante, o ruído só aumenta e o Jimny sofre para embalar. A 110 km/h, o conta-giros já fica perto das 4.000 rotações por minuto. O remédio é reduzir a velocidade, curtir o passeio a 100 km/h e ainda economizar combustível. Suzuki Jimny tem ótimos ângulos de ataque e saída por conta da carroceria curta Divulgação Mesmo assim, o consumo rodoviário não é grande coisa. Normalmente, os carros costumam ser bem mais econômicos nesse ciclo. Porém, a melhora é pequena para o Suzuki. Segundo o Inmetro, o Jimny faz 10,6 km/l na cidade e 10,8 km/l na estrada. Durante o deslocamento de ida e volta entre São Paulo e Visconde de Mauá, o computador de bordo registrou como melhor média a marca de 12,3 km/l. Talvez a maior vocação do Jimny não seja encarar estradas, e sim encontrar caminhos onde não há uma estrada. Nessa tarefa, poucos se saem tão bem como ele. E parte desse mérito está no porte diminuto. As medidas inclusive são as mesmas da versão anterior: só 3,64 metros de comprimento (4 cm menos que um Renault Kwid) e 2,25 m de entre-eixos. Com isso, acomodar quatro pessoas é uma tarefa bastante complexa, ainda que haja bancos traseiros. Suzuki Jimny tem tração 4x4 com reduzida e acionamento mecânico Divulgação A carroceria de duas portas e a elevada altura em relação ao solo (21 cm) ainda dificultam o acesso de quem se senta na segunda fila de bancos. Na vida real, os proprietários devem escolher entre levar mais pessoas ou usar o porta-malas. Isso porque o compartimento de bagagens tem míseros 85 litros. O volume sobe para 377 litros com os encostos rebatidos. O acesso é por meio de uma tampa com abertura lateral da esquerda para a direita. A nova geração traz “confortos” como ar-condicionado digital, volante com comandos de som, controlador de velocidade, faróis de LED com lavadores e acendimento automático, central multimídia de 7 polegadas e câmera de ré. Depois de quase 1.000 km ao volante do Jimny Sierra, fraquezas e virtudes ficam bem evidentes. E, embora seja apertado para mais de duas pessoas, esteja longe de ser o melhor carro para rodovias e custe R$ 180 mil, é uma das opções mais divertidas para quem curte fazer uma trilha no fim de semana. Talvez seja por isso que a agenda do Suzuki Day está sempre lotada. Suzuki Jimny Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital. Mais Lidas

source https://autoesporte.globo.com/curiosidades/noticia/2022/09/passeio-off-road-mostra-que-tamanho-do-suzuki-jimny-sierra-nao-e-documento.ghtml

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