Baratos e fáceis de manter, Kombi e Fiorino agradam quem busca um carro para o trabalho


Mesmo aposentada, "Velha Senhora" ainda tem público cativo em pequenos empresários; cerca de um milhão de unidades estão registradas no país Volkswagen Kombi e Fiat Fiorino são os dois veículos mais longevos do Brasil. A Velha Senhora ficou em linha por 56 anos até a produção ser encerrada em 2013 por não atender à legislação de segurança. O furgão da Fiat segue na ativa depois de 42 anos e diferentes gerações. Em comum, o fato de Kombi e Fiorino estarem entre os veículos preferidos de quem precisa transportar cargas sem gastar muito. Preço de compra relativamente baixo, manutenção descomplicada e amplamente conhecida e peças baratas fazem deles queridinhos do público. Veja também De acordo com o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), atualmente estão registradas no país cerca de 980 mil unidades da Kombi, em todas as versões, motorizações e modelos. O número é bastante expressivo, principalmente ao considerarmos que é um utilitário que deixou de ser produzido há quase 10 anos. Um desses exemplares é a Kombi Pick-Up 1987 de Jeferson Santana Araujo, dono de uma empresa de carretos e transportes de São Paulo. A cidade, aliás, é a que reúne a maior frota de Kombi do Brasil, com pouco menos de 150 mil registros. E por mais que algumas estejam à venda por valores exorbitantes, passando de R$ 150 mil, a maioria é como a de Araujo, um instrumento de trabalho com preço baixo – R$ 12 mil, no caso do empresário. Os negócios vão tão bem que ele já pensa em aumentar a frota adquirindo um caminhão. Mas se desfazer da Kombi está fora de cogitação. Manutenção simples é um dos pontos positivos da Kombi Getty Images O baixo custo de compra, a enorme disponibilidade de peças e a facilidade de manutenção são os fatores mais citados por quem tem esse tipo de veículo. Também é esse o caso da Soto Logística, transportadora de São Carlos (SP) que até possui caminhões em sua frota, mas optou por duas Fiat Fiorino 2013 para as entregas menores em grandes centros, como São Paulo. “Escolhemos a Fiorino, pois além de ser um ótimo utilitário, temos clientes que necessitam de urgência nas entregas e não possui restrições em cidades grandes para entrega”, disse Icaro de Souza Soto, proprietário da empresa. Mas há quem acredite que o “reinado” de dinossauros como Kombi e Fiorino esteja no fim. Para Enilson Sales, presidente da Fenauto, associação que reúne quase 50 mil lojas do Brasil, a participação da dupla nas vendas de usados tende a cair. “Esses veículos sempre vão aparecer, mas gradualmente vão sendo substituídos por outros. Assim, Kombi e Fiorino tendem a se apagar. Apesar de terem grandes histórias, esse mercado foi tomado pela Fiat Strada que tem cerca de 20% do mercado e eventualmente pode ser considerada uma sucessora da Fiorino”, disse. Fiat Strada tem 20% do mercado de veículos comerciais usados Fábio Aro Os números nas vendas de usados comprovam a teoria. Em agosto, a picape da Fiat teve pouco menos de 30 mil exemplares comercializados no país. Somadas, as transações envolvendo Fiorino e Kombi totalizam menos de 11 mil veículos. Alexandre Fernandes, vendedor da BigVans, de Americana (SP), também acredita que a Kombi tenha um público cativo. Mas afirma que esse cenário está mudando. “Ainda é uma ótima opção de mercado pelo custo-benefício. O problema é não ter mais carros, já que parou de ser vendida em 2014”. Citroën Jumpy é vista como alternativa mais moderna à Kombi Divulgação O vendedor elencou três modelos como possíveis “sucessoras” da Velha Senhora. Para passageiros, hoje temos Renault Master e Mercedes-Benz Sprinter, duas líderes de mercado. O Citroën Jumpy vai bem nas cargas, principalmente por ter facilidade de entrar em prédios e shoppings”, completa. Porém, o preço de venda desses veículos é consideravelmente mais alto (normalmente acima de R$ 150 mil). Dessa forma, pequenos empreendedores devem continuar optando por Kombi, Fiorino e companhia. É nesse nicho que atua a Casa das Kombis, fundada há oito anos em São Paulo. Com vendas mensais na casa das 30 unidades, a loja viu a procura pelo utilitário da Volkswagen crescer desde o início da pandemia. "As vendas subiram 15% por conta do e-commerce. Muitas pessoas procuram Kombi para trabalhar por ser um carro de manutenção fácil e barata. Mesmo as Kombi que não são voltadas para o trabalho estão sendo mais procuradas. Com os escritórios fechados, começou a vir a onda do home-office. E muitas pessoas optaram por fazer motorhome e viajar”, disse o vendedor Bruno Alves. Segundo ele, um exemplar com 15 anos de uso em boas condições pode ser encontrado por menos de R$ 40 mil. Na hora de adquirir um utilitário, a atenção com as condições do veículo deve ser ainda maior. Para Enilson Sales, da Fenauto, três pontos exigem maior cuidado. “A primeira coisa que você deve olhar com carinho é a motorização. Um motor ruim é um fator de depreciação enorme e qualquer conserto pode custar muito dinheiro. O segundo fator é a suspensão. Um comercial leve foi feito para carregar peso, mas muita gente acaba carregando mais do que o carro comporta. Os freios também precisam ser observados, independentemente do uso. Discos, pastilhas, pinças e fluidos devem ser checados, e, se for o caso, substituídos”, disse. Empresas consultadas BigVans Endereço: R. Valdomiro Aranha Neto, 33 - Jardim Helena, Americana - SP Telefone: (19) 3478-7006 Casa das Kombis Endereço: Av. Professor Luiz Ignácio Anhaia Mello, 2351 - Vila Prudente, São Paulo - SP Telefone: (11) 2384-2000 JSA Fretes Telefone: (11) 98329-0955 Soto Logística e Transportes Telefone: (16) 3368-4152 Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital. Mais Lidas

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