Teste: Citroën C3 First Edition 1.6 mostra que a grama do vizinho pode ser mais verde


Versão mais cara do novo Citroën C3 tem câmbio automático e maquiagem reforçada. Difícil é justificar o preço... O C3 First Edition 1.6 é o que a Citroën chama de “carro de vitrine”. É a versão topo de linha, mais equipada e com visual mais cheio de elementos diferentes. É dessa configuração o trabalho de atrair os clientes para as lojas da marca. Mas essa tal “vitrine” terá que resistir aos olhares tortos. Principalmente aos que virão quando os interessados questionarem os vendedores sobre o minúsculo quadro de instrumentos sem conta-giros e sobre a falta de botões dedicados para abertura dos vidros traseiros. Ou sobre o aspecto muito simples e pouco inspirado dos comandos do ar-condicionado e do conjunto de botões que fica ao lado esquerdo do volante. Veja também Oferecer apenas os dois airbags obrigatórios por lei soa como um desleixo com a segurança, quando o carro mais barato do Brasil sai de fábrica com quatro bolsas e vários concorrentes diretos trazem seis. Edição de lançamento, a First Edition será limitada a 3,5 mil unidades. Parte dos elementos visuais, como os airbumps e a máscara branca dos faróis de neblina, será oferecida como acessório Murilo Góes São os mesmos lapsos da versão Feel 1.0, cujo teste você pôde ler aqui. A grande diferença é que o C3 First Edition está posicionado no topo da gama, por R$ 97.990. Nessa faixa, as brigas são outras, bem como os rivais. E se aproximando dos R$ 100 mil, a economia de alguns tostões na elaboração do projeto começa a incomodar. A Citroën fala que modificar algumas dessas características, como o quadro de instrumentos, pode levar até 15 meses, mas reforça a confiança de que o carro está adequado ao gosto do brasileiro da forma como nasceu. Será? Para economizar, Citroën só colocou um par de botões para os vidros traseiros, posicionados em local igualmente ruim para todos Murilo Góes Sobrevivendo a todas essas pedras, o C3 do lado de dentro da vitrine está entre os carros com câmbio automático mais baratos do Brasil. Os preços da edição de lançamento First Edition serão um pouco mais elevados, mas o pacote visual é mais caprichado. Só ele traz de série os chamados airbumps — apliques plásticos nas laterais das portas —, como no SUV C4 Cactus. A moldura dos faróis de neblina de plástico branco é outro item exclusivo. Rodas aro 15 com acabamento diamantado e emblemas com o nome da versão fecham o pacote. Airbumps e rodas diamantadas são exclusivos do modelo First Edition Murilo Góes A estética sempre foi valorizada pela Citroën. E o C3 não foge à regra. A dianteira é moderna e jovial, com os tradicionais chevrons duplos se prolongando até os faróis — esses, divididos em dois andares. O elemento superior termina nas luzes diurnas de LED. Já o inferior “escorre” para baixo até a peça principal do conjunto ótico. Abrindo o capô, o mistério é resolvido: os faróis são construídos em peça única, separada por um enclave plástico do para-choque. A traseira é mais convencional, com lanternas retangulares e tampa do porta-malas bem recortada. Nesse ângulo, a associação com o Kwid é inevitável. Traseira do C3 tem lanternas retangulares que lembram as do Renault Kwid Murilo Góes/Autoesporte Ainda que as dimensões sejam bastante diferentes, a Citroën bebe na mesma fonte que a Renault para criar um hatch “altinho”. Com balanços curtos, o C3 ainda ostenta os melhores ângulos de ataque e saída do segmento (23º e 39º, respectivamente). Esses números, aliados aos 18 cm de altura em relação ao solo, até permitiriam a homologação como um SUV compacto. Entretanto, a marca achou melhor deixá-lo como um hatch feito para quem almeja um utilitário esportivo, mas ainda não pode pagar por um. Se serve de consolo, ao menos o motor de SUV ele tem. O coração do C3 First Edition é o conhecido EC5. O veterano propulsor 1.6 16V flex também está presente nos “primos” Peugeot 208 e 2008 e no Citroën C4 Cactus. Após receber as adaptações para atender ao Proconve L7, a potência com gasolina caiu para 113 cv (5 cv a menos), mas os 120 cv com etanol foram preservados. O torque, também considerando o combustível derivado da cana-de-açúcar, é de 15,7 kgfm. Nas versões mais caras, o EC5 é acoplado ao câmbio automático de seis marchas da Aisin. Motor 1.6 do C3 é o mesmo do C4 Cactus e de Peugeot 208 e 2008 Murilo Góes A Citroën também não permitiu testes na pista e não informou os números de desempenho e consumo de combustível do C3 com motor 1.6 e câmbio automático. Como referência, o 208 com o mesmo conjunto mecânico acelera de zero a 100 km/h em 11,7 segundos e faz 8,1 km/l na cidade e 11,8 km/l na estrada quando abastecido com etanol. O C3 deve ter números parecidos, apesar de ser 26 kg mais leve, mas ter uma aerodinâmica pior. O contato com o C3 1.6 automático foi breve e se deu majoritariamente em trecho rodoviário de Belo Horizonte (MG). Depois de me acomodar no banco com regulagem de altura, notei que a posição de dirigir é mais alta do que nos hatches compactos em geral, lembrando um pouco a primeira geração do Chevrolet Onix. Mas a cabine alta não passa a sensação de aperto ou falta de espaço para a cabeça. Déjà-vu: Francês altinho com bom espaço interno? Receita não é nova Murilo Góes A direção leve agrada, deixa as manobras mais fáceis e reforça a impressão de agilidade do C3 para mudar de faixa. Na estrada, a caixa automática se comporta exatamente como nos demais carros da antiga PSA: é discreta e silenciosa. É possível trocar marchas por meio da alavanca. Mas o recurso é dispensável, já que a eletrônica consegue acertar a hora exata das mudanças na maior parte das situações. Essa talvez seja a principal diferença do C3 para C4 Cactus, 208 e 2008, por exemplo. O casamento do motor com o câmbio parece ser mais harmonioso do que nos outros modelos citados. Tudo bem que o hatch da Citroën é o mais leve do quarteto, mas a mão do time de engenharia da Stellantis também pode ser a causa dessa melhoria. Porta-malas do C3 está entre os melhores da categoria Murilo Góes Um recurso esperado, porém indisponível no C3 automático, é o controle de velocidade de cruzeiro — item já comum em carros dessa faixa de preços. Acendimento automático dos faróis e qualquer tipo de assistência à condução são outras ausências. A série First Edition será limitada a 3.500 unidades, divididas entre o motor 1.0 com câmbio manual e o 1.6 com caixa automática. Depois disso, clientes que quiserem ter o pacote visual da edição poderão comprar os airbumps e outros aparatos diretamente nas concessionárias. Chave do C3 não é do tipo canivete, é simples e tem aspecto de peça barata; Murilo Góes Quer uma dica? Ao visitar uma concessionária Citroën, você provavelmente vai perceber que há um Peugeot 208 ou um Fiat Cronos nas vitrines das lojas vizinhas. Se você cogitou o C3 por ser um carro espaçoso, recomendo que também dê uma olhada no novíssimo Fiat Cronos 1.3 CVT. Agora, se o design é o principal motivo de compra, vale conhecer o Peugeot 208. Os dois parecem modelos mais adequados a essa faixa de preço do que o Citroën. No entanto, se rolou aquela paixão à primeira vista pelo Citroën C3, economize alguns milhares de reais e leve para casa a versão Feel Pack, R$ 4.000 mais barata. Só tenha em mente que a grama do vizinho pode realmente ser mais verde. Ou azul... 50 tons... de cinza: Azul é a única opção de cor além de branco, preto e prata Murilo Góes Eu era assim e fiquei assim Esqueça o estilo "fofinho" dos C3 de gerações passadas. O hatch compacto agora tem aspiração de ser SUV. Assim, a dianteira ficou mais alta e o capô é mais plano; chevrons típicos da Citroën se prolongam até os faróis. O formato de caixote permitiu ao C3 ter uma traseira alta. As linhas arredondadas também deram lugar a traços mais retos, que fazem o hatch da Citroën lembrar um Renault Kwid bombado Murilo Góes Citröen C3 First Edition 1.6 AT Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital. Mais Lidas

source https://autoesporte.globo.com/testes/review/2022/08/teste-citroen-c3-first-edition-16-mostra-que-a-grama-do-vizinho-pode-ser-mais-verde.ghtml

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