Banda de funcionários da VW fez sucesso fora da fábrica e lançou discos que são raridade


Na década de 1960, a Volkswagen do Brasil manteve um grupo de músicos que se apresentava dentro e fora da fábrica e gravou dois discos Nos anos de 1960, mais de 40 funcionários da Volkswagen do Brasil se dividiam entre latarias, motores, faróis, lanternas, bancos, vidros, borrachas, tubas, flautas, trompetes, trombones e clarinetes. A turma formava a Banda Volkswagen, um grupo de músicos que nasceu na fábrica de São Bernardo do Campo (SP). Veja também A princípio, a banda foi uma iniciativa isolada de alguns funcionários — da linha de montagem à área administrativa — que já tinham certa intimidade com instrumentos de sopro e acabaram se unindo para tocar nas folgas após o serviço. Como os ensaios iam bem, o grupo fez uma vaquinha para se apresentar para os funcionários na festa de Natal de 1963, realizada no Clube VW. A diretoria assistiu ao show e, logo de cara, decidiu apoiar os músicos, criando condições para a formação de uma verdadeira banda filarmônica dentro da empresa. Foram comprados instrumentos e uniformes, com direito a logotipo VW bordado, e um estúdio foi locado para os ensaios. Faltava, porém, o mais importante: o maestro. E tinha, é claro, que ser um alemão. Pois a VW encontrou um no Conservatório Musical de Santos, litoral paulista, chamado Paul Bernard. Foi contratado imediatamente. Coreto construído em frente à entrada do Salão do Automóvel de 1966, no Parque Ibirapuera, para apresentações da Banda Volkswagen Divulgação/Acervo MIAU Mas como não havia músicos suficientes para completar a banda, cartazes foram espalhados por toda a fábrica para recrutar interessados. Grupo formado e ensaiado, começaram as exibições para além dos muros da montadora, como uma em São Paulo, em pleno coreto da Praça da República, que rendeu um convite para apresentação na TV Tupi. O ápice foi um concerto interpretando composições de Villa-Lobos no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. O sucesso foi tanto que fez aquilo que é o sonho de qualquer banda virar realidade: a gravação de um disco. Intitulado A Banda Volkswagen toca "A Banda" (música de Chico Buarque), o LP tinha uma seleção eclética: de canções populares a clássicos eruditos, passando por Colonel Bogey, inconfundível marcha usada no quadro Ponte do Rio que Cai, do programa Olimpíadas do Faustão. E ainda duas composições inéditas, não à toa batizadas com nomes de executivos que são parte importante da história da VW Brasil: Dr. Schultz-Wenk e Prof. Nordhoff. O disco inicialmente foi distribuído aos funcionários; depois, também a concessionários, que podiam colocar seu logotipo na contracapa e presentear clientes. Hoje o LP é peça raríssima de coleção. Um exemplar encontra-se no acervo do Museu da Imprensa Automotiva, o Miau. Veja também Depois disso, a Banda Volkswagen ainda se apresentou na entrada do Salão do Automóvel de 1966, no Parque Ibirapuera, em um coreto construído especialmente para ela. No final de 1967 o grupo gravou mais um disco, este em formato compacto e exclusivamente com canções natalinas, novamente distribuído aos funcionários. No começo dos anos 1970, entretanto, ocorreram mudanças na diretoria da VW, e os novos executivos resolveram deixar de apoiar a banda. Sem maestro e sem uma estrutura sólida para os ensaios, o grupo acabou se dispersando. Dizem, contudo, que alguns dos acordes de suas canções ainda ecoam e podem ser ouvidos até hoje pelos corredores da fábrica Anchieta... Marcos Rozen é fundador do Museu da Imprensa Automotiva – Miau Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital. Mais Lidas

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