Estas 5 tecnologias ajudaram a aumentar a segurança dos pilotos na Fórmula 1

O automobilismo, de maneira geral, é um dos esportes mais perigosos a serem praticados. Para que, em algumas categorias, os pilotos possam ultrapassar dos 300 km/h de maneira segura, as entidades que regem as principais categorias desse esporte têm trabalhado incansavelmente para desenvolver tecnologia que ofereça mais proteção para os pilotos.

Em um primeiro momento, alguma dessas alterações não foram vistas com bons olhos pelos pilotos e, as vezes, até mesmo pelo público. No entanto, toda essa resistência caiu por terra quando esses dispositivos de segurança cumpriram sua função. Um que se mostrou muito eficiente, mas chocou quando entrou em ação, esteve atrelado ao acidente de Mick Schumacher durante o último GP de Mônaco de Fórmula 1, quando sua Haas se dividiu em dois após se chocar contra o Guard Rail.

VEJA TAMBÉM:

Por mais impactantes que as imagens possam parecer, é possível que vejamos cenas parecidas com essa ao longo da temporada 2022 da Fórmula 1. Afinal, os carros são construídos para partirem daquela forma.

Pensando nisso, o Autopapo listou 5 dispositivos de segurança da Fórmula 1 que foram desenvolvidos ao longo da história da categoria e hoje são fundamentais para evitar acidentes graves e fatais.

1- Divisão Trem traseiro/Monoposto

mick schumacher haas vf 22 dividido ao meio gp monaco 2022
O carro se “partir” após uma colisão é um procedimento adotado aos carros da temporada 2022 da Fórmula 1

Já que citamos o caso de Schumacher na introdução, vamos começar por ele. O episódio do GP de Mônaco, inclusive, não foi o único em que o carro do alemão se dividiu em dois. A primeira vez foi durante a classificação para o GP da Arábia Saudita.

Mas essa quebra está prevista para acontecer em acidentes de maiores impactos. O monoposto, nessa ocasião, não se divide exatamente ao meio. O que acontece é que o trem traseiro, ou unidade de potência, se solta da parte onde fica posicionado o piloto. Esse conceito foi implementado nas regras da categoria para 2022 e foi desenvolvido após o forte batida de Romain Grosjean no GP do Bahrein de 2020.

Nos estudos daquele acidente foi concluído que o fato do carro ter se partido ao meio ajudou na dissipação da energia do choque, o que, entre alguns outros fatores – que também serão citados nesse texto – ajudaram a salvar a vida do piloto francês. Agora, o carro de 2022 tem um projeto para que ele realmente se divida com mais facilidade.

2- Halo

O halo foi implementado na Fórmula 1 em 2018
O halo foi um dispositivo de segurança essencial para que Hamilton saísse ileso do acidente com Verstappen em Monza no ano passado

A temporada 2017 foi a última da Fórmula 1 marcada pelos carros que deixavam a cabeça dos pilotos totalmente exposta durante as corridas.

O estopim para essa decisão foi o GP do Japão de 2014, quando Jules Bianchi aquaplanou devido a forte chuva em Suzuka e sua Marússia entrou em baixo do trator que tirava a Sauber de Adrian Sutil da área de escape. Com o acidente, Bianchi ficou em coma até falecer em 2015.

Assim, em 2016, a FIA, que já planejava implementar uma cobertura de cockpit que cobriria a cabeça dos pilotos, bateu o martelo e afirmou que o novo dispositivo de segurança deveria ser implementado na F1 a partir de 2018. Depois de inúmeros testes, a entidade chegou à conclusão de que o Halo seria a melhor escolha. A peça demorou a cair nas graças dos pilotos e do público,  que estavam habituados com o cockpit livre.

Produzido em titânio grau 5, o material é leve, tem alta resistência mecânica e oferece uma desejável relação de resistência/peso. Tudo isso é feito em uma estrutura que pesa apenas 7 kg. Os crash tests oficiais da FIA determinam que a peça suporte um peso de 12 toneladas por cinco segundos sem danificar sua estrutura.

Esse aparato de proteção logo se mostrou essencial na Fórmula 1. Não fosse ele, acidentes como o do Grosjean, e de Lewis Hamilton, que envolveu Max Verstappen, na Itália em 2021, poderiam ter sido fatais.

3 – Capacete

capacete max verstappen 2022 formula 1
O capacete é um dos dispositivos de segurança mais importantes, em qualquer que seja o segmento automotivo

Quando vemos as corridas mais antigas da Fórmula 1, é quase inacreditável perceber que na década de 1950 e 1960 os pilotos não utilizavam o capacete. Naquela época, eles se vestiam com uma espécie de touca de couro, que cobria apenas a parte de cima da cabeça, e um óculos para proteger o olho dos detritos que vinham na direção contrária.

O capacete no formato que conhecemos hoje foi utilizado por Dan Gurney, piloto da McLaren, no GP da Alemanha de 1968. Gurney sofria com as pedras que iam em direção a seu rosto como “se fossem balas” e, alguns anos antes, ele desenvolveu uma máscara de couro para se proteger, mas o projeto não vingou.

O primeiro capacete foi desenvolvido com a Bell – marca que ainda fornece o dispositivo de segurança para alguns pilotos – inspirado nos cascos que os motociclistas utilizavam nos circuitos de terra nos EUA. E assim como foi com o halo, o objeto causou estranheza em um primeiro momento, mas pouco depois todos aderiram à ideia.

Com o tempo a tecnologia do item foi evoluindo, a ponto de hoje a cabeça dos competidores precisar ser escaneada antes de dele ser fabricado. Ele é construído com fibra de carbono, nomex e kevlar. Além disso, o capacete não pode ser muito pesado: tem sua massa estimada entre 1 kg e 1,5 kg.

Antes de chegar às pistas, esses cascos passam por uma série testes, como suportar um fogo de até 800ºC por 45s, e a temperatura interna não pode passar dos 70ºC; Um projétil de metal de 225g lançado ao capacete a 250 km/h e a desaceleração não passar de 275 G. Além disso, os visores devem resistir a uma colisão de projétil a uma velocidade de 500 km/h.

Não o bastante, os capacetes ainda são desenvolvidos para melhorar o desempenho dos bólidos. Eles oferecem pouca resistência, melhorando o fluxo de entrada de ar no motor, e podem render até 10 cv a mais ao carro.

4- Macacão e balaclava

max verstappen usando balaclava 2022
A balaclava também tem o objetivo de proteger contra o fogo

No início da Fórmula 1 a proteção nos carros de corrida eram extremamente defazadas, a ponto de o uso do macacão e luvas não serem obrigatórios. Balaclava então? Ninguém nunca nem havia ouvido falar.

Em 1975 o macacão resistente ao fogo passou a ser obrigatório na categoria e, com isso, a tecnologia aplicada na vestimenta começou a ser melhorada. Hoje, a peça é feita com um tecido chamado Nomex, que vem da fibra de aramida. Apesar de ser leve, e ter uma estrutura muito fina, sua principal virtude é proteger contra o fogo. O material, além de aguentar um calor de 427ºC, também é utilizado no uniforme dos bombeiros.

O macacão ainda deve seguir algumas exigências. Além de não pesar mais de 1,2 kg a FIA exige que ele proteja o piloto do fogo por pelo menos 12 segundos.

A balaclava, por sua vez, é usada abaixo do capacete e, a grosso modo, é como se fosse uma espécie de macacão para a cabeça. A ideia desse dispositivo de segurança veio à tona após o acidente de Niki Lauda, no GP da Alemanha de 1976. Na ocasião, a Ferrari do Austríaco ficou em chamas e Lauda, que não usava a balaclava, teve graves queimaduras no rosto.

A balaclava também é feita com fios de Nomex e Kevlar, dois compostos sintéticos super-resistentes, e resistem aos mesmos 427ºC que o macacão.

5 – Luvas

tecnologia luvas f1 melhorada suportar temperatura maiores
Após o acidente de Grosjean, a luva é um dos equipamentos de segurança que está sendo trabalhado para dar mais segurança aos pilotos

Além de dar mais conforto aos pilotos ao manusear o volante, as luvas também são um dispositivo de segurança que protegem o piloto contra o fogo. O acidente de Grosjean foi tão impactante para a Fórmula 1, que esse foi mais um item de proteção que está passando por fase de testes para que se torne ainda mais segura. Isso porque a mão esquerda foi parte do corpo de Grosjean mais afetada pelo incêndio.

Durante o Primeiro Treino Livre do GP da Turquia do ano passado, foi colocado em teste um protótipo de luva que, de acordo com a FIA, foi desenvolvido para “diminuir ainda mais a transmissão de calor, em relação ao material usado atualmente. Isso quer dizer que o novo material permite um tempo maior de exposição da luva às chamas antes que a temperatura da pele atinja um nível preocupante.”

Para a isso, a entidade está trabalhando para criar uma luva mais resistente, mas que não afete a sensibilidade dos pilotos ao tocar o volante.

O post Estas 5 tecnologias ajudaram a aumentar a segurança dos pilotos na Fórmula 1 apareceu primeiro em AutoPapo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Entregador que mostrava bunda para radar teve moto aprendida

Voltz Motors confirma 5 novos modelos de motos elétricas para o Brasil

Michael Jordan compra Hennessey Venom F5 de 1.842 cv de potência