Exclusivo: passageira denuncia tentativa de dopagem por motorista de aplicativo
Jovem de 25 anos diz que sentiu odor forte de produto químico e ficou zonza. Caso está sendo investigado pela Polícia Civil de São Paulo *Os nomes foram substituídos para preservar as identidades das vítimas Mais um caso de dopagem em carro de aplicativo foi denunciado à Polícia Civil, em São Paulo (SP), no último domingo (29). Uma passageira de 25 anos que será identificada como Fernanda contou à Autoesporte que sentiu forte odor de produto químico durante um trajeto de Uber na madrugada. Ela chegou ao destino, mas relata momentos de tensão com o motorista. Fernanda e seu namorado Victor estavam saindo de uma festa de formatura na Barra Funda, bairro da zona oeste da cidade. Os celulares de ambos descarregaram, portanto, pediram a uma amiga que chamasse um carro pelo aplicativo. O motorista era bem avaliado, mas tinha apenas um mês na plataforma. “Não bebi nessa festa, pois estava de ressaca do dia anterior. Meu namorado estava bêbado, porém lúcido”, conta Fernanda. “Voltamos conversando com o motorista, pois o caminho era longo. Ele contou que tinha pouco tempo no app, mas que fez várias corridas”. Veja também Fernanda e Victor iam desembarcar na casa de uma amiga no bairro do Sacomã, onde a garota havia deixado o seu carro. Como não ingeriu álcool durante a festa, ela teria condições de retornar para a casa com seu namorado. Entretanto, durante o trajeto no Uber, a garota começou a sentir um odor forte. “Quando a conversa foi diminuindo, comecei a sentir esse cheiro muito forte e ardido. Parecia thinner ou acetona. Todas as janelas estavam fechadas, exceto a do motorista, que tinha abertura de uns dois dedos”, diz Fernanda. “Me deu muita falta de ar e tontura. Também tive palpitações, pois tenho pressão alta”. Nas últimas semanas, Fernanda leu na internet sobre o novo golpe da dopagem aplicado por motoristas de Uber, 99 e InDriver. Ela ficou surpresa, pois estava acompanhada do namorado, mas acha que o motorista se sentiu encorajado pelo cansaço e embriaguez do rapaz. Caso aconteceu durante a madrugada na cidade de São Paulo Getty images “Imediatamente abri a janela e coloquei a cabeça para fora para tentar respirar. A abertura era por manivela, então o motorista não teria como intervir”, afirma. Os efeitos do sono, embriaguez e o forte cheiro de produto químico deixaram Victor atordoado. Segundo Fernanda, mesmo chamando seu nome e batendo no rosto, ele não conseguia responder. O motorista não falou absolutamente nada, apenas observou o casal pelo retrovisor. “Depois que passamos pela Avenida das Juntas Provisórias, eu já conseguia respirar. Sei que o motorista não desviou do caminho, pois conheço a região. E quando chegamos na casa da minha amiga, meu namorado já estava melhor”, diz. Fernanda registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil relatando o caso e denunciou o motorista ao aplicativo. O Uber apenas enviou uma mensagem automática afirmando que entrariam em contato. Até o momento, ela não obteve respostas. Cenário comum Casos envolvendo dopagem em carros de aplicativos são cada vez mais comuns Divulgação Ao longo de maio, denúncias como essa tomaram as redes sociais, assustando usuárias de Uber, 99 e InDriver. Também em São Paulo, uma passageira relatou que foi dopada com produto químico lançado no ar dentro do carro. Ela pediu um 99 para se deslocar do trabalho na Vila Mariana até um bar em Pinheiros, onde ia encontrar amigos na noite do dia 10 de maio (terça-feira). Ela começou a ficar zonza e colocou a cabeça para fora da janela. O efeito do odor forte (causado por éter, clorofórmio ou metanol, segundo especialistas) não passou. A vítima pediu que o motorista parasse o carro e saiu correndo. O caso também está sendo investigado pela Polícia Civil de São Paulo. Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital. Mais Lidas
source https://autoesporte.globo.com/mobilidade/noticia/2022/05/exclusivo-passageira-denuncia-tentativa-de-dopagem-por-motorista-de-aplicativo.ghtml
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