Teste: Land Rover Defender 90 é jipão tecnológico de R$ 700 mil, mas só tem duas portas
Versão com carroceria curta é para quem não usa o banco de trás ou não precisa de tanto espaço no porta-malas Assim como o câmbio manual vem morrendo aos poucos, carros de duas portas também praticamente não têm razão de existir — a não ser que falemos de esportivos. Mas um SUV grande, com espaço para a família, perde um pouco o sentido sem as portas traseiras. Portanto, fica a questão: vale a pena comprar o Defender 90 por R$ 708.950 quando a versão 110, de quatro portas, é vendida por R$ 17 mil a mais? Veja também Aqui vale uma observação. Os preços citados acima são da linha 2023. A principal novidade é a troca do motor 2.0 a gasolina pelo 3.0 turbodiesel. No entanto, o teste foi feito antes do anúncio da mudança, ainda com uma unidade com o propulsor a gasolina. Voltando à questão de alguns parágrafos acima, não há resposta definitiva. Tudo vai depender do propósito do quem está interessado no modelo. Se a ideia é aproveitar todos os recursos (e olha que são muitos!) do irmão maior, mas em uma embalagem mais "compacta" (são 4,58 metros de comprimento e 2,58 m de entre-eixos, contra 4,76 m e 3 m, respectivamente, do 110), e deixando o banco traseiro em segundo plano, pode ser que o Defender 90 seja a escolha ideal. Ah, e também se o comprador não fizer tanta questão de porta-malas grande, já que a versão tem bagageiro de 397 litros (menor que o do VW T-Cross, de 420 l, por exemplo), contra os ótimos 857 l do 110. Teste de paciência Banco traseiro do Land Rover Defender 90 é amplo. Mas acesso é tarefa complicada Divulgação Apesar de o espaço no banco traseiro ser amplo e confortável, chegar a ele não é muito prático. Há um mecanismo elétrico que afasta os assentos dianteiros ao ser pressionado um botão, mas o processo é bem lento. Se você precisar de agilidade para entrar atrás, essa é uma falha grande, uma vez que a altura do veículo também complica o acesso ao banco traseiro. Outra coisa que pode incomodar os mais claustrofóbicos é o fato de os vidros de trás não abrirem, claro, como é comum nos carros de duas portas. Além de ser um bom carro na estrada, Defender impressiona por suas capacidades no off-road Divulgação Retrô, mas cheio de recursos Fora essas pequenas inconveniências, o carro tem muito a oferecer. Especialmente quando se fala em tecnologia, pois o SUV reúne os equipamentos mais modernos disponibilizados pela linha Land Rover. Para quem estava acostumado com o Defender da primeira geração, todo rústico, que ficou quase 70 anos em linha, é uma novidade e tanto. Do antigo, só sobrou o estilo "quadradão". Essa tecnologia toda não serve só para propiciar conforto (que há de sobra) aos aventureiros urbanos, e sim para torná-lo um dos modelos mais capazes da marca britânica. Entre as coisas mais legais para quem curte uma "brincadeira" na lama estão a capacidade de submersão de 90 cm para enfrentar trechos alagados, o sistema Terrain Response 2, que identifica o terreno onde o carro está e ajusta tração, suspensão, freios e aceleração, e o chamado "capô transparente", que projeta imagens do terreno sob o carro captadas por câmeras na grade dianteira. Coração renovado No Brasil, e até a linha 2022, o Defender (tanto o 90 quanto o 110) era vendido apenas com o motor Ingenium 2.0 turbo de quatro cilindros a gasolina, que entrega 300 cv e 40,8 kgfm, e câmbio automático de oito marchas. É um ótimo conjunto, rápido e bem azeitado, mas não espere um desempenho brilhante para um carro que pesa mais de duas toneladas. Não levamos a versão menor para a pista, mas dá para ter ideia do comportamento pelos números do 110, que fez o zero a 100 km/h em 8 segundos (tempo respeitável, apesar do porte). Dados de fábrica dizem que o 90 faz a prova em 7,1 s e tem máxima de 191 km/h. A partir da linha 2023, o conjunto mecânico mudou. Agora, o motor debaixo do grande capô dianteiro é um 3.0 turbodiesel. Não houve alteração na potência, mantida em 300 cv, assim como o torque de 40,8 kgfm. O câmbio segue sendo automático de oito marchas e a velocidade máxima é de 191km/h, como na linha 2022. O que realmente faz a diferença com o novo motor é a aceleração de 0 a 100km/h, que baixou para 6,7 segundos. Interior mescla modernidade com itens que remetem à primeira geração do modelo Divulgação Agradam ainda a excelente ergonomia e a precisão da direção, que deixam o Defender muito prazeroso de dirigir. Lá fora existem opções com conjunto híbrido de 400 cv e até um V8 5.0, que devem elevar a performance a níveis de excelência máxima. No entanto, seriam muito caros para o mercado brasileiro, tendo em vista que atualmente o modelo já passa de meio milhão de reais. Na cabine, além dos sistemas mais modernos de assistência ao motorista, o carro traz painel de instrumentos de 12,3 polegadas, que mostra o GPS com mapeamento 3D de alta definição, e a central multmídia PiviPro com tela de 10" e compatibilidade com Apple CarPlay e Android Auto. O Defender é um dos carros mais bacanas para ter na garagem, seja o 90, seja o 110. Vale pesar o quanto a praticidade do uso do banco de trás fará diferença no seu dia a dia. Land Rover Defender 90 Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital. Mais Lidas
source https://autoesporte.globo.com/testes/review/2022/04/teste-land-rover-defender-90-e-jipao-tecnologico-de-r-700-mil-mas-so-tem-duas-portas.ghtml
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