Chevrolet Monza completa 40 anos e prova que os carros novos, de certa forma, pioraram
Pai do Vectra e avô do Cruze preserva qualidades e histórias de inovação notáveis até hoje. Ele é representante de uma época de ouro da General Motors do Brasil O Chevrolet Monza chega aos 40 com o vigor de quem tem 40 anos bem vividos. Ainda há um fã ou outro que aprecia o design, bem como suas qualidades mecânicas. Muitos voltaram a adquirir uma unidade, algumas décadas depois de tê-lo pela primeira vez, ou compraram por memória afetiva mesmo. Não dá para julgar. Na prática, seu histórico prova que o sucesso do modelo prevaleceu. Ele estreou em 1982 com o pé esquerdo, pois a versão hatch (com uma estranha configuração de três portas) e motor 1.6 mostrava-se insuficiente. Monza hatch estreou no Brasil em 1982 e era derivado do Opel Ascona Divulgação A história, porém, sugere que esse tropeço inicial foi superado. Afinal, foram mais de 850.000 unidades vendidas. O Monza, apesar do preço, foi o carro mais vendido do país por três anos (de 1984 a 1986), numa época instável no Brasil do ponto de vista econômico e político. Veja também A inspiração para o modelo foi o Opel Ascona, um compacto alemão com carroceria e interior bem parecidos com o carro produzido no Brasil. Opel Ascona serviu de inspiração para criação do Monza Divulgação O nome escolhido pela GM do Brasil veio do circuito utilizado pela Fórmula 1, em alta no Brasil nesse período, onde era realizado o Grande Prêmio da Itália. Quando foi lançado, o Monza trazia pela primeira vez na linha Chevrolet um motor transversal de tração dianteira. O carro que estreou essa configuração por aqui foi o Fiat 147. Em ambos os casos, o destaque era o melhor aproveitamento de espaço na cabine, já que não havia eixo cardã passando pelo meio do chassi. Passat e Monza - rivais diretos no final dos anos 80 e começo de 90 Acervo MIAU A Chevrolet tinha pela frente a concorrência de carros já consolidados no Brasil, entre eles o Ford Corcel e o Volkswagen Passat. Nos anos 80, o Escort também entraria para a lista de adversários. Porém, o sucesso da GM superou os rivais, tanto em número de vendas, como em tecnologia. De Autoesporte, o Monza recebeu três vezes o título de Carro do Ano. Na década de 90, o Monza era um dos poucos carros do Brasil com freio a disco nas quatro rodas. Em 1991 passou por sua primeira reestilização - que ficou conhecida como uma nova geração - mas tratava-se de apenas uma atualização no modelo anterior. Ford Del Rey Ghia e Monza Classic, a versão mais caprichada de 1989 Carlos G. de Paula O projeto J, dos anos 80, permaneceu ativo até 1996, bem como o notório motor Família II, que seria usado no sucessor, o Vectra. O Monza encerrou sua carreira em 1996 em duas versões, GL e GLS, com motor 2.0 de 110 cavalos, dotado de injeção eletrônica e câmbio manual de cinco marchas. Algumas versões foram importantes, como a Classic SE, de 1993, que era incrivelmente bem equipada. Tinha até câmbio automático de três velocidades e espelho retrovisor central fotocrômico. Interior do Chevrolet Monza (de segunda geração). Note o painel digital (Foto: Autoesporte) Auto Esporte Nas versões mais caras, o acabamento dos bancos e forro de portas se destacava. Usava veludo e forro em todos os paineis. Tinha ajustes de coluna de direção, ajuste de altura do banco do motorista e farois com ajuste elétrico do facho. O porta-malas contava com abertura elétrica por botão e todos os vidros eram acionados eletricamente (com comando exclusivo para os passageiros de trás). Viajar nos bancos traseiros era um conforto incomparável à época. Havia encosto de cabeça, suporte de braço central embutido no assento e até - veja você - cinto de três pontos. Motor Família II 2.0 gerava 110 cavalos, a gasolina. Na foto, já com caixa de ar junto ao farol. Outra opção era uma tampa redonda, que lembrava um carburador (Foto: Autoesporte) Auto Esporte Havia iluminação central dedicada para o salão, que se acendia com a abertura das portas, além de quatro pontos de luz de leitura - dois para os ocupantes da frente, dois para quem sentava-se atrás. Também havia cinzeiro frontal e dois traseiros (um em cada porta). Esse é o Chevrolet Monza 2019, vendido na China - e que foi descartado para o Brasil (Foto: Divulgação) Auto Esporte As gerações de carros que viriam na segunda metade dos anos 90, bem como no começo dos anos 2000 perderiam uma série de comodidades que eram itens de série no Monza. Estamos em 2022 e um carro equivalente, como um Honda City, não tem os tais dos freios a disco nas quatro rodas. No meio dos anos 90, o Monza era um dos poucos nacionais a ter freios ABS e até um belíssimo painel digital. Como não ter saudade de uma época em que até o estepe vinha com rodas de liga leve, iguais a dos demais pneus? Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital. Mais Lidas
source https://autoesporte.globo.com/curiosidades/noticia/2022/04/chevrolet-monza-completa-40-anos-e-prova-que-os-carros-novos-de-certa-forma-pioraram.ghtml
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