Teste rápido: Cruze Sedan agrada na cidade, mas Chevrolet já tira o pé no segmento


Versão Midnight é confortável e faz até 14 km/l na estrada, mas seu fim está próximo – e GM deve abandonar o segmento após 40 anos Carros baixos têm vários prós e contras. Começando pelo lado positivo, eles costumam ser mais econômicos devido ao coeficiente de arrasto, mais estáveis graças ao baixo centro de gravidade e mais estilosos pela aparência esportiva. A versão Midnight do Chevrolet Cruze Sedan tem todos esses atributos, mas exige cautela ao volante. A configuração Midnight custa R$ 139.950 e está posicionada entre os modelos LT, que sai por R$ 138.090, e LTZ, de R$ 153.990. Há uma opção ainda mais cara, a Premier, vendida por R$ 166.490, que aposta em um pacote mais complexo para possíveis clientes de sedãs de luxo. Veja também As diferenças entre as versões LT e Midnight são apenas estéticas. O pacote de equipamentos é exatamente o mesmo, porém há apliques com tons escuros tanto no exterior quanto no interior. Tomar a versão de entrada como base não é demérito, já que o pacote mais em conta é recheado com vários recursos interessantes. O sedã tem seis airbags (frontais, laterais e de cortina), controles de estabilidade e de tração, monitoramento da pressão dos pneus, assistente de partida em rampa, sensores de estacionamento, chamada de emergência e rastreamento e assistência de recuperação veicular. Isso considerando apenas os itens de segurança. A gravata da Chevrolet foi pintada de preto na versão Midnight Cauê Lira Na parte de conectividade, o carro foi o primeiro da categoria a oferecer internet a bordo em parceria com a Claro (as mensalidades custam a partir de R$ 29,90). Ainda há integrações via Android Auto e Apple CarPlay, carregador de celular por indução e assistente OnStar. O Cruze tem espaço suficiente para quatro adultos e uma criança viajarem com conforto. Apesar da cabine confortável, o porta-malas tem modestos 440 litros, ficando muito atrás do compartimento do Volkswagen Jetta, que tem 510 l. Foco no conforto Interior do Chevrolet Cruze Sedan Midnight é idêntico ao da versão LT Divulgação Ao volante, o Cruze faz jus ao sucesso histórico da Chevrolet entre os sedãs. A marca optou por um acerto de suspensão mais macio para a cidade, com amortecedores que filtram bem as irregularidades do nosso asfalto castigado. E, ainda que o arranjo traseiro seja de eixo de torção, o Cruze aguenta curvas mais vigorosas sem perder sua rota. O motor 1.4 turbo da família Ecotec desenvolve 153 cv de potência a 5.200 rpm e 24,5 kgfm de torque a 2.000 rpm. O câmbio automático de seis marchas foi calibrado para beneficiar o consumo de combustível, buscando sempre as marchas mais altas para manter as rotações baixas. Esse acerto também faz com que o Cruze seja bem mais suave que outros sedãs turbo. As acelerações são progressivas, sem os solavancos de um carro que pode “arrancar” a qualquer momento. Por outro lado, o Chevrolet leva 9 segundos para atingir 100 km/h, segundo números de fábrica. O Inmetro declara que o Cruze pode fazer 7,8 km/l na cidade e 9,8 km/l na estrada com etanol. Quando abastecido com gasolina, o consumo é de 11,3 km/l na cidade e 14 km/l na estrada. Vai raspar! Balanço dianteiro amplo faz o Cruze raspar bastante na cidade Divulgação Como dito no início, a carroceria baixa também tem seus pontos negativos. Donos de Cruzes se queixam bastante das raspadas em valetas, lombadas e entradas de prédios. Isso se deve ao longo balanço dianteiro — medida que determina a distância entre o eixo da roda frontal e a extremidade do para-choque —, além do ângulo de ataque, que deixa a carroceria levemente inclinada para a frente. Dá para andar sem raspar? Até que sim. Mas você terá de passar “de lado” em algumas valetas mais profundas. E isso pode acabar sendo um dos motivos pelos quais o já restrito público de sedãs quer migrar para os SUVs. Canto do cisne Assim como outros sedãs médios do mercado, o Cruze deve sair de linha Divulgação Agora, se você não cogita colocar um utilitário esportivo “altinho” na garagem, o Cruze Sedan Midnight entrega conforto e economia de combustível em boa medida. A GM deixou claro que SUVs são prioridade no mundo inteiro — inclusive no Brasil. Depois de Monza, Vectra e duas gerações do Cruze, a marca está — bem — próxima de abandonar a categoria. O Brasil é um dos poucos mercados em que o modelo resiste com bravura. Desde o início de 2019, o Cruze foi deixando de ser produzido gradativamente no resto do mundo, sempre com a justificativa de ser preterido por outros produtos. Os primeiros países a interromper a produção foram Estados Unidos, México e Coreia do Sul. Em 2020, foi a vez de a China tirar o modelo de linha, ainda que ele tenha sido substituído pelo Monza. No momento, o sedã médio que foi produzido simultaneamente em cinco regiões sobrevive na fábrica de Santa Fe (Argentina), mas também já tem data para morrer: 2023. Assim como em outros países, terá sua linha de montagem substituída, provavelmente por um SUV acima do Tracker. Um triste fim para a categoria que foi objeto de desejo em todo o planeta. O Cruze foi o terceiro sedã mais vendido do Brasil em 2021, com 7.090 unidades emplacadas. Acima dele, o Toyota Corolla liderou o ranking com 41.891 emplacamentos, seguido pelo Honda Civic, com 18.949. Confira a ficha técnica abaixo. Chevrolet Cruze Sedan Midnight 2022 Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital. Mais Lidas

source https://autoesporte.globo.com/testes/review/2022/02/teste-cruze-sedan-agrada-na-cidade-mas-chevrolet-ja-tira-o-pe-no-segmento.ghtml

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