Teste rápido: Volkswagen Polo renovado mantém bom desempenho e chega ao Brasil em 2022
Depois de 46 anos e 18 milhões de unidades vendidas no mundo, hatch recebe facelift na Europa e segue firme como referência entre os compactos Há quase meio século, a Volkswagen decidiu usar a base do Audi 50 para fazer um modelo compacto que rivalizasse com as montadoras italianas e francesas. O Polo começou como um carro básico que foi evoluindo de geração a geração, tanto em termos de tamanho (passou de pouco mais de 3,5 metros para 4 m de comprimento) como nos quesitos qualitativos (materiais, acabamentos, motores, chassi, segurança e tecnologia a bordo). No modelo que começou a ser vendido atualmente na Europa, com visual que deve estrear no mercado brasileiro em meados do ano que vem, é possível notar que os para-choques e o conjunto óptico foram totalmente reprojetados, o que ajudou a redefinir o visual do Polo com luzes de LED de série (na dianteira e na traseira) e uma marcante e fina faixa em toda a largura da frente do carro (por baixo da grade), algo que cria uma assinatura muito própria seja de dia (como luz de condução diurna), seja de noite. O interior é bem parecido com o dos novos carros da VW vendidos no Brasil, como Nivus e Taos. Destaque para o painel digital e a central multimídia Divulgação É, aliás, Marco Pavone, o brasileiro chefe do design de exteriores da Volkswagen na Alemanha, quem me explica a enorme importância dos faróis do hatch. “A grade dianteira, com a faixa de luz em toda a largura servindo como luz diurna, ajuda a tornar o modelo mais amplo e requintado que antes. O novo design das lanternas realça a traseira e faz com que o Polo pareça pertencer a uma classe superior pela primeira vez em sua história.” Na Europa, a central pode ter três tamanhos distintos, dependendo da versão: 6,5", 8" ou 9,2" Divulgação Isso até tem um fundo de verdade, porque o modelo traz para seu segmento tecnologias que estavam reservadas a outras categorias de automóveis, como as luzes matrix inteligentes (opcionais, dependendo do nível de equipamento), capazes de exercer funções interativas. Pavone esclarece também que, mesmo com a enorme diferença no design do carro de 46 anos atrás para este, continuam existindo pontos em comum. “Embora o primeiro Polo tivesse dimensões completamente diferentes e o novo modelo seja o maior em sua história, as proporções são semelhantes: há projeções curtas de carroceria, uma distribuição cuidadosa na estrutura do teto em relação ao comprimento do carro e formas que afunilam na dianteira. E muito importante: a coluna C que desce abruptamente é consideravelmente mais dinâmica no novo Polo.” Espaço atrás é suficiente para dois adultos Divulgação Saiba mais Interior pode receber revestimento de tecido xadrez Divulgação No interior, ninguém para o avanço de tudo o que é digital e conectado. O quadro de instrumentos digital, com uma tela de 8” (que na versão Pro pode chegar a 10,25”), passou a ser sempre de série, tal qual o novo volante multifuncional. O motorista pode apertar o botão View para alternar entre três tipos de gráficos, além da apresentação geral dos comandos. Golf? Lanternas trazem a clara inspiração visual na oitava geração do hatch médio da Volkswagen Divulgação Aliás, a experiência geral do condutor muda bastante com a nova geração da central multimídia, mas também com a nova configuração do painel, em que as duas telas principais (instrumentação e central) estão alinhadas. Os vários módulos táteis foram colocados na parte de cima, exceto os relativos ao sistema de climatização — que, nas versões mais equipadas, usa também superfícies táteis e digitalização em vez de comandos rotativos e botões. O Polo fabricado no Brasil deve adotar as mesmas mudanças visuais do modelo europeu. Só as motorizações serão diferentes Divulgação A tela do multimídia fica no centro, em uma espécie de ilha rodeada por superfícies pretas brilhantes, e existem três sistemas para escolher: de 6,5”, de 8” ou de 9,2”. O equipamento da versão de entrada usa como base a plataforma elétrica modular MIB2; os maiores, por sua vez, já são da geração MIB3, com melhor conectividade, serviços online e conexão sem fio para dispositivos Apple e Android. As novas rodas têm 15 polegadas Divulgação Outra evidente evolução é encontrada nos sistemas de assistência ao motorista: travel assist (que pode assumir o controle da direção, a frenagem e a aceleração até a velocidade máxima), controle de velocidade de cruzeiro preditivo, assistência de manutenção em faixa com assistência lateral e alerta de tráfego cruzado, frenagem autônoma de emergência e sistema de frenagem automática pós-colisão. Desde 2017 o Polo usa a plataforma MQB (na variante A0), com suspensão traseira com eixo de torção e independente McPherson na frente e o mesmo entre-eixos. Nessa geração não foram feitas alterações no chassi nem na oferta de motores: 1.0 de três cilindros a gasolina com 80 cv (MPI, com câmbio manual de cinco marchas), 95 cv (manual de cinco marchas ou, opcionalmente, automático DSG de sete) ou 110 cv (só com transmissão DSG). Em alguns meses junta-se à família um promissor GTI “animado”, com mais de 200 cv. No Brasil, o hatch manterá o tricilíndrico 1.0 turbo de 128 cv, e o GTS, o quatro cilindros 1.4 turbo de 150 cv. Porta-malas leva razoáveis 351 litros Divulgação Para esse primeiro contato dinâmico com o novo Polo pudemos dirigir a versão 1.0 de 95 cv (uma unidade evoluída, com injeção direta de combustível e turbo). As impressões do interior confirmam que se trata de um hatch compacto de muita qualidade, a começar pelos materiais de toque suave em toda a parte superior e central do painel, além do fato de todas as versões terem a instrumentação digital ao lado da tela central, bem nivelada, integrada e com uma útil inclinação para o motorista, que facilmente consegue regular sua posição de dirigir (o volante tem ajuste de altura e profundidade). Console central traz até carregador de celulares por indução Divulgação O espaço é amplo na frente, com bancos que têm muito bom apoio lateral, e também para dois ocupantes atrás, já que um terceiro viajará incomodado pelo enorme túnel central e, claro, pelo fato de seu banco ser mais estreito e duro que os laterais. A altura dos assentos na traseira é maior que na frente para oferecer o apreciado efeito de anfiteatro. Em comprimento e altura o Polo prova ser dos maiores de sua categoria: para este passageiro de 1,80 metro de altura sobram cinco dedos entre a cabeça e o teto e quatro entre os joelhos e as costas dos bancos dianteiros. O porta-malas também está entre os mais amplos do segmento, com 351 litros (igual ao da geração anterior) — 51 litros a mais que o modelo produzido no Brasil. O volume pode ser ampliado com o rebatimento dos bancos e existe uma bandeja de altura regulável que permite também criar um fundo totalmente plano. No Brasil, o hatch vai manter o motor de 128 cv Divulgação Rodando com o novo Polo percebe-se que a resposta do motor se torna mais enérgica acima dos 1.800 giros (apesar de os alemães indicarem que os 17,8 kgfm de torque máximo ficam disponíveis logo às 1.600 rpm) e mantém uma boa vivacidade até os 5.000 giros, regime a partir do qual começa a perder o fôlego. Os 10,8 segundos necessários para a aceleração de 0 a 100 km/h mostram que não estamos em um GTI, mas a forma rápida com que as retomadas de velocidade ocorrem o tornam ágil no geral. Ao pisar forte no acelerador, é melhor esquecer o consumo médio prometido de 19,2 km/l: prepare-se para 12 e 14 km/l. iQ.Light: como no Taos, os faróis têm prolongamento das luzes diurnas de LED até o logotipo na grade dianteira Divulgação A sonoridade do bloco de três cilindros nada tem a ver com o que conhecemos em outros rivais, que soam como um cortador de grama acima das 3.000 rpm. Aqui a Volkswagen conseguiu dar uma nota acústica esportiva nessas rotações mais altas. O câmbio ajuda, com escalonamento bem equilibrado e com um seletor silencioso, rápido e suficientemente preciso. O comportamento na estrada é outro dos pontos fortes do Polo, mesmo não sendo perceptível um progresso em relação ao antecessor, ao menos no que tange ao equilíbrio entre estabilidade e conforto nessa versão com pneus 195/55 R15, mais largos e com perfil mais baixo do que os de série — 185/65 R15. Volkswagen Polo Divulgação Não há movimentos muito pronunciados de inclinação da carroceria em curvas, o que deve satisfazer a grande maioria dos motoristas. Os mais aventureiros poderão também escolher o modo Sport da suspensão, que reduz a altura do Polo em 15 milímetros, ou até a função de bloqueio de diferencial por meio da atuação dos freios. Outro fator em que o hatch convence é a progressividade e “mordida” do pedal da esquerda. A conclusão é de que o chassi não é minimamente desafiado pelo motor 1.0 de 95 cv, já que é difícil sentir perdas de força e a entrada em ação do controle de estabilidade. Na Europa, Polo tem motor três cilindros 1.0 turbo com injeção direta, mas produz "apenas" 95 cv Divulgação Tantos atributos têm um preço, claro, e o Polo é o segundo modelo mais caro do seu segmento, atrás do Audi A1 — que, estruturalmente, é o mesmo carro, mas possui ainda mais detalhes “gourmet”. Como em tudo na vida, quem não tem dinheiro, não tem “vícios”… Eu era assim e fiquei assim A dianteira traz novo conjunto óptico com um “friso” de LED parecido com o do Taos. Para-choque tem desenho renovado Divulgação As lanternas redesenhadas foram espichadas (influência da 8ª geração do Golf). O para-choque mudou discretamente Divulgação Polo GTI Com visual mais agressivo, o hot hatch é 1,5 centímetro mais baixo em relação ao modelo normal. O motor é o mesmo de antes: um 2.0 TSI com injeção direta, mais de 200 cv e 32,6 kgfm de torque. O 0 a 100 km/h fica na casa dos 7 segundos e a máxima chega perto de 240 km/h. Por aqui, continuaremos com a variante GTS e seu 1.4 TSI de 150 cv. Volkswagen Polo GTI é equipado com motor 2.0 de mais de 200 cv Divulgação De olho no Golf A oitava geração do hatch médio foi apresentada há dois anos, mas segue ditando moda entre os novos carros da VW. O facelift do Polo bebe bastante da fonte do Golf, principalmente pelas lanternas esticadas. Algumas versões do médio já têm a grade com LED Oitava geração do Golf inspirou alguns traços do Polo Divulgação Volkswagen Polo Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital. Mais Lidas
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