Opinião: Motos estão mais seguras, mas pilotos têm de fazer sua parte


Novas tecnologias vêm surgindo para tornar a mobilidade em duas rodas mais segura. Porém, ainda é preciso mais, pois o número de acidentes aumenta Hoje quero falar com você, motociclista. Precisamos ter uma conversa séria. Isso porque o Brasil figura entre os seis maiores fabricantes de motos do mundo, frota que passa de 30 milhões de unidades. São 1,2 milhão de novas motos todo ano, segundo a Abraciclo, a associação de fabricantes do setor.  O problema é que a produção de motos cresce e, mesmo com novas tecnologias de segurança, os acidentes não retraem significativamente. Ao contrário. Estudo da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) revela que as internações de motociclistas acidentados bateram recorde em 2021. E preocupa mais o alto número de óbitos (11.075), com a triste liderança do Nordeste: 37,9% das vítimas, bem à frente de Sudeste (25,7%), Sul (14%), Centro-Oeste (12,1%) e Norte (10,3%). Se você é jovem e tem moto, muito cuidado! Você faz parte da maioria das vítimas nas estatísticas, pois 47% têm de 20 a 29 anos. Homens são mais atingidos (86%), quase todos (91,3%) no comando da moto. A noite é mais fatal para motociclistas, com 48% das mortes. A tarde fica com 26%, já 13% dos óbitos ocorrem de manhã e na madrugada.  Antes de tudo, é preciso mudar a atitude ao pilotar, e a consciência das leis é fundamental para deixar o cenário mais seguro. Não é mais aceitável que pilotos desprezem o uso dos equipamentos de proteção, algo ainda comum principalmente no Nordeste. Capacete já é obrigatório por lei, mas pensar no traje, nas luvas, nas botas e na bagagem bem acomodada também ajuda.  E quais soluções a indústria desenvolve para tornar as duas rodas mais seguras? Encontrei um conjunto de tecnologias projetadas para aprimorar a pilotagem e a experiência do condutor e ajudar na escolha da moto ideal.  Pesquisa da Bosch diz que 25% dos acidentes poderiam ser evitados se todas as motos e scooters fossem equipadas com o CBS, sigla inglesa para Combined Braking System (Sistema Combinado de Frenagem), ou atuação simultânea dos freios dianteiro e traseiro por comando único.  25% dos acidentes poderiam ser evitados se as motos fossem equipadas com o sistema combinado de frenagem, indica pesquisa Pixabay Bem conhecido e mais completo é o ABS. “Ele impede o travamento das rodas em frenagens bruscas e mantém o controle da moto ao desviar de obstáculos, assegurando menor distância de parada e, assim, reduzindo o número de acidentes graves e fatais”, diz Martin Leder, especialista de Marketing da Divisão Bosch Chassis Systems Control no Brasil. A última geração do ABS é otimizada para curvas, e independe da inclinação no apoio à frenagem.  Já o controle de estabilidade e tração mantém a trajetória da moto, monitorando parâmetros como ângulo de inclinação e aceleração. Faz correções e freia ou acelera uma das rodas. E o piloto automático adaptativo na moto funciona como em um carro: controla a velocidade e mantém distância mínima predefinida em relação ao veículo da frente.  O sensor de ponto cego monitora áreas não visíveis pelo piloto a até 3 metros da moto e alerta sobre o risco de colisão ao trocar de faixa. Há ainda o recurso que checa a pressão dos pneus e avisa quando está baixa, lembrando a importância de manter a calibragem adequada.  As fabricantes também investem na ciclística, aprimoram a suspensão, reduzem peso e trazem novidades como assistente de partida em rampas. E o motociclista ainda precisa se conscientizar da importância de deixar a manutenção em dia para mudar a triste realidade e circular com segurança no trânsito. Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital. Mais Lidas

source https://autoesporte.globo.com/carros/colunistas/post-coluna/2022/11/opiniao-motos-estao-mais-seguras-mas-pilotos-tem-de-fazer-sua-parte.ghtml

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